No dia 1 de dezembro, a nossa escola levou a cabo mais uma ação de formação sobre o Desaparecimento das Abelhas, desta vez proferida pelo Eng.º Paulo (Técnico do Serviço da Área Protegida das Lagoas).
Através das preciosas informações que o Eng.º Paulo nos deu descobrimos que nos últimos anos, a quantidade de abelhas tem diminuído no mundo. Pragas e uso de pesticidas estão entre as principais causas.
Dois terços dos alimentos que nós ingerimos são cultivados com a ajuda das abelhas. Na busca de pólen, sua refeição, esses insetos polinizam plantações de frutas, legumes e grãos. A escassez mundial de comida e a perspectiva de ficar sem a ajuda desses seres no abastecimento alimentar seria alarmante.
Mas afinal o que está a acontecer às abelhas?
Em 2006, apicultores nos Estados Unidos começaram a notar que suas colónias de abelhas estavam a desaparecer. Cientistas investigaram e comprovaram o fenômeno, que foi batizado de colony collapse disorder (síndrome do colapso da colônia, CCD). Sete anos depois, o sumiço continua: no inverno de 2012 para 2013, dado mais recente, 31% das abelhas americanas deixaram de existir.
O fenômeno repetiu-se na Europa, onde, segundo um levantamento do Coloss, rede de cientistas de mais de 60 países que estuda o sumiço das abelhas, algumas regiões perderam até 53% de suas colônias nos últimos anos. Japão, China e o Brasil também reportaram problemas – apicultores de Santa Catarina relataram que um terço das 300.000 abelhas do Estado desapareceu em 2012.
A escassez de polinizadores já afeta alguns cultivos.
Em 2013, a queda na produção elevou o preço das amêndoas nos Estados Unidos em 43% em relação ao ano anterior. Pelo mesmo motivo, o quilo da oleaginosa na Espanha, outro produtor, chegou a quase 8 euros – o mais alto desde 2005. Na França, as vítimas foram as cerejas, que passaram a ser cultivadas na Austrália, menos afetada pela falta de abelhas. No Brasil, segundo especialistas, a redução de insetos afetou a plantação de maçãs, embora as perdas não tenham sido quantificadas. "Se o problema continuar, o modelo atual de fazendas vai se tornar insustentável. O custo de produção vai subir para o produtor e para o consumidor final.
A Austrália é, atualmente, o único país do planeta que ainda não foi atingido pelo Varroa. Para manter o status de abelhas mais saudáveis existentes, cuidados relativos à biossegurança foram adotados por lá. Todos os aeroportos contam com cães especialistas em farejar frutas na bagagem dos passageiros, norma que evita a contaminação mesmo entre os Estados australianos.
A União Europeia baniu os neonicotinoides por um período de dois anos, iniciado em julho de 2013, apesar dos protestos de produtores agrícolas e as multinacionais químicas e agra alimentícia. Nesse intervalo, será avaliado o impacto da proibição na agricultura e nas abelhas, para se decidir se a regra será mantida por mais tempo.
Enquanto o desaparecimento das abelhas não é deslindado, a ciência falha em encontrar formas de substitui-las.
A solução mais próxima é colocar o próprio homem para fazer o trabalho. "Em regiões da China onde a população de abelhas foi reduzida drasticamente, fazendeiros de maçã precisam de empregados para fazer a polinização manual". A tarefa é realizada com auxílio de envelopes de pólen e um tipo de vareta com a qual os trabalhadores tocam as flores. Mas o processo é mais demorado e caro do que o das abelhas e menos eficiente.
O desaparecimento de abelhas preocupa os cientistas e produtores por todo o mundo, já que esses insetos afetam diretamente e economia. Além de produzirem mel, as abelhas são polinizadoras naturais de cultivos importantes, como, por exemplo, o milho.
Os nossos agradecimentos ao Eng.º Paulo e ao Serviço da Área Protegida das Lagoas.
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